27 abril 2006

A tentação

Torna-se imperioso lutar contra a tentação constante de encontrar por trás de cada fenómeno uma inten­ção, uma essência, uma autodeterminação, um princípio primordial (o espírito do vinho no vinho, a virtude dormitiva no ópio ou enebriante no álcool, o desígnio de um espírito maligno numa morte ou numa seca). É essa intencio­nalidade ou é essa essencialidade que impregna, que cauciona perguntas do tipo «que é isto?», «que é etnicidade?», etc., porque perguntas desse tipo reenviam sempre para o essen­cialismo, para a busca do absoluto, do princípio primordial.

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