26 janeiro 2007

Secretários de bairro culimam na machamba da vida


“Os secretários passaram por ali na vizinha, mas como eu não tenho nada para lhes dar, fiquei de fora”, dizia a senhora com cara de amargura no meio de tanta miséria que a chuva só veio piorar.

Esse bem poderia ser uma segunda hipótese de título deste trabalho do "Canal de Moçambique".

6 comentários:

Anónimo disse...

Recordo-me duma notícia em 2004, em plena campanha eleitoral, de uma anciã, que, quando perguntada se vai votar ou não, ela disse:
- "Meu filho (referindo-se ao jornalista) o que vou fazer? Eles dizem que se não votar, quando as cheias vierem, eu não merecerei ajuda do governo"
-Jornalista: "Eles" quem?
-Anciã: Os Secretários do Bairro!
Isso foi na cidade de Xai-xai.

Carlos Serra disse...

Bela e oportuna recordação, Egídio! Bela mesmo!!! Abraço forte!

Anónimo disse...

como diz o Dr. elisio macamo, somos um pais de esquemas. E o cabrito come onde esta amarrado. quando nao ha capim ele come farinha, vamos assistir o conflito homem-animal, nao tarda muito.

Carlos Serra disse...

Ah, esse conflito já existe com grande visibilidade agora, o "Domingo" dedicou-lhe duas enormes páginas no domingo. Mais dia menos dia teremos associações da "sociedade civil" filiadas na LINK e a pedir financiamento aos doares com títulos do género "Associação de Luta Cívica contra a Luta Homem/Animal".

Anónimo disse...

ah, entao qual deles tinha chifre? na cidade de xai xai os secretarios do Bairro, sao uma autoridade, nada de brincadeira. ano passado estive la fazendo uma pesquisa sobre aborto e assitencia pre-natal com ajovens e adolescentes. sem o secretario nao vais ter os grupos focais. e como virou teatro esta coisa de falar com autoridades para fazer pesquisa e entrevistas. eles ja tem o grupo alvo organizado, quem sabe responder sobre sida, seca, cheias, malaria, colera, eleicoes, etc. interessante professor, manipulacao mesmo de baixo, ate a autoridade local aprendeu a manipular para tirar proveito da ajuda. tudo em nome do povo.

Carlos Serra disse...

Sei muito bem disso, o que diz é real. Quando dirigi a pesquisa sobre a cólera em Nampula foi um sério problema conseguir trabalhar à vontade.