31 agosto 2010

Sinta

Livro ontem lançado

Capa e contracapa do livro (348 páginas) ontem lançado na Escola Secundária Francisco Manyanga (17 horas, produto da Unidade de Diagnóstico Social do Centro de Estudos Africanos), cidade de Maputo, após uma palestra que proferi para estudantes com o título "Abordagem científica dos fenómenos sociais" (15 horas), integrada no programa de actividades da Academia de Ciências de Moçambique (ACM), Secção de Letras e Ciências Sociais. O músico José Mucavele cantou algumas das suas mais belas canções. Estiveram presentes nas duas sessões centenas de estudantes, de professores, de jornalistas e de dirigentes da ACM e da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). A Imprensa Universitária vendeu inúmeros livros de vários autores, tendo sido relançados e comprados dois anteriores livros sobre linchamentos em Moçambique. O livro está por agora só à venda na Livraria Universitária da UEM. Para ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos:  Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos (Marcelino dos Santos) (3)
* Séries pessoais: Linchar à luz do dia: como analisar? (4) Os Moçambicanos são preguiçosos? (11); O pronto-a-pensar (10); Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (10); Já nos descolonizámos? (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (15); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

Edição de hoje

Se os tubarões fossem homens

Parte do editorial de Salomão Moyana

Sobre a Semlex, leia um trabalho de "O País" aqui. Clique com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar.

O pronto-a-pensar (9)

Mais um pouco da série.
Escrevi no número anterior que na lógica sensorial do nosso pensamento e da nossa comunicação de todos-os-dias, estão social e persistentemente hospedados quatro fenómenos: simplismo, essencialismo, maniqueísmo e a-historicismo.
O simplismo (mas não a simplicidade) consiste na leitura redutora de um fenómeno. Quanto mais pequena for a esfera cognitiva maior parece ser a satisfação social e moral, plataforma obtida através de proposições do género os linchadores matam porque são mausa modernidade só traz imoralidade, as crenças tradicionais não são racionais, etc.
(continua)

Diário de um fotógrafo

Greve no ISCTEM

Greve dos estudantes no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia, cidade de Maputo, contra o aumento das propinas. Portões encerrados, manifestação, gritos, frases do tipo "Não temos medo" e polícia presente.

Pedido aos leitores do "Bricolando"

Os proprietários da plataforma "ning" decidiram acabar com a versão livre que ofereciam. No que me concerne, autor do "Bricolando o social e análise", fui informado de que essa página seria apagada a partir de 6 de Setembro caso não criasse uma outra mensalmente paga em dólares. Não poderei pagar o que se deve pagar. E como já nem me autorizam que poste na página, só me resta pedir aos leitores que tentem escrever algo lá no sentido de que o "Bricolando" chegou ao fim, mas não por minha culpa. Lamento e peço desculpa, verei se existe uma plataforma do mesmo tipo.
Adenda às 10:28: através de uma outra conta, entrei no ning, mas isso de nada serve. A conta será apagada no dia 6 do próximo mês.

Biombos

Um jogo iminentemente político: procurar disfarçar as diferenças de classe com recurso a biombos, um dos quais é o das gerações.

Os Moçambicanos são preguiçosos? (10)

"Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus. O pobre é suspeito de preguiça, a qual é uma injúria para com Deus" - João Calvino
Mais um pouco da série, com mais algumas hipóteses.
Escrevi no número anterior que a era revolucionária chegara ao fim e que uma nova despontava, que mudanças nas relações de vida e de produção foram acompanhadas de mudanças na visão da vida e na linguagem.
Com efeito, a morte de Samora Machel em 1986 foi seguida da formação gradual de um novo bloco hegemónico na Frelimo. Esse bloco hegemónico foi a expressão política da primeira fase de acumulação de Capital por parte de um grupo desejoso de ascensão rápida e completamente hostil aos ideais da era revolucionária. Se pujante nos mecanismos de acumulação de Capital, a nova era foi, porém, justificadamente, neutral no vocabulário oficial e comicial.
(continua)

Dossier (3)

Queira consultar a terceira e última parte de um dossier com peças do semanário "Savana" de 27/08/2010, aqui.
(fim)
Nota: estarei mais atento a quem gosta de copiar e de colar em seu local textos que afirma ter extraído do jornal e não daqui. 

Unidade de Jornalismo Investigativo

A mina do pai Tomás - esse o título de um excelente trabalho da autoria de Carnício Fijamo, da Unidade de Jornalismo Investigativo (em formação), divulgado pelo semanário "Savana" (aqui), que me deu a possibilidade de aqui mostrar as fotos originais em epígrafe (clique sobre elas com o lado esquerdo do rato para as ampliar). Aguardo com ansiedade a formação definitiva da citada unidade e espero poder dar mais pormenores daqui a mais algum tempo.

Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos (Marcelino dos Santos) (2)

Num trabalho do jornalista João de Sousa, correspondente da Rádio Moçambique na África do Sul: "Marcelino dos Santos esteve em Joanesburgo no passado fim de semana. Foi o palestrante principal num encontro promovido por jovens moçambicanos que estudam na África do Sul. Na sala estavam ainda alguns responsáveis da Associação das Comunidades Moçambicanas e Membros das Células do Partido Frelimo.
No final da palestra entrevistei Marcelino dos Santos. Coloquei-lhe 4 questões que ele próprio tinha abordado na sua intervenção de 4 horas. Aqui vão as perguntas e as respostas.
JS – O Sr. Referiu nesta palestra sobre um aspecto importante: a educação. E aproveitou o momento para exortar os jovens a empenharem-se na sua formação ?"
Continue a ler aqui.
(continua)

30 agosto 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier "Savana" (3); Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos (Marcelino dos Santos) (2)
* Séries pessoais: Linchar à luz do dia: como analisar? (4) Os Moçambicanos são preguiçosos? (10); O pronto-a-pensar (9); Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (10); Já nos descolonizámos? (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (15); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

Gratificante

Foi hoje lançado na Escola Secundária Francisco Manyanga, cidade de Maputo, o livro A construção social do Outro, precedido de uma palestra minha. Muitos estudantes, muita gente, muito interesse, vendidos muitos livros da Imprensa Universitária da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), muitos professores presentes, muitos jornalistas, vários dirigentes da UEM e da Academia de Ciências de Moçambique. E uma magistral actuação do cantor José Mucavele. Tudo muito gratificante para mim e, acredito, para todos os presentes.

Os Moçambicanos são preguiçosos? (9)

"Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus. O pobre é suspeito de preguiça, a qual é uma injúria para com Deus" - João Calvino
Mais um pouco da série, com mais algumas hipóteses.
Uma era revolucionária é sempre excepcionalmente política, fertilmente produtora de epítetos, de campos de fronteiras sociais rígidas, de inimigos de todos os tipos. O colonialismo enquanto sistema e seu legado de vícios (termo corrente na era samoriana), de inércias, constituiu uma das frentes de luta dos revolucionários - no grupo então politicamente hegemónico da Frelimo - interessados em criar o homem novo e uma sociedade diferente.
Mas a era revolucionária chegou ao fim. Uma nova era despontou, pouco a pouco. Mudanças nas relações de vida e de produção foram acompanhadas de mudanças na visão da vida e na linguagem.
Prossigo proximamente.
(continua)

DZ

“Diário da Zambézia”, aqui.

Confira e participe

Portal aqui.

Olá!

Frelimo está a desviar-se dos seus objectivos (Marcelino dos Santos) (1)

O veterano nacionista e membro sénior da Frelimo, Marcelino dos Santos, esteve em Joanesburgo no fim-de-semana. Falou para jovens e, no fim da sessão, o jornalista da Rádio Moçambique, João de Sousa, entrevistou-o. Aguardem a continuidade da série, em primeira mão na blogosfera. O meu obrigado ao João pelo envio do material. Extracto da entrevista:
"JS – Considera que a Frelimo se está a desviar do seu objectivo ?
MS – Eu acho que sim. Eu já disse isso a nível do Partido. Por que é que o Partido se está a distanciar progressivamente das classes operária e camponesa ? Como é que este País se vai desenvolver ? É um desvio. Hoje queremos primeiro construir os empresários e dizer a eles que orientem os camponeses. Eu acho que há maneiras de crescer, só que algumas delas, actualmente, não são válidas."
(continua)

MF

Hoje

A propósito do livro, estarei às 7:30 locais no programa "Café da manhã" da Rádio Moçambique, em gestão do jornalista Emílio Manhique. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.

Dossier (2)

Queira consultar a segunda parte de um dossier com peças do semanário "Savana" de 27/08/2010, aqui.
(continua)

29 agosto 2010

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier "Savana" (2)
* Séries pessoais: Linchar à luz do dia: como analisar? (4) Os Moçambicanos são preguiçosos? (9); O pronto-a-pensar (9); Somos natureza (8); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (10); Já nos descolonizámos? (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (15); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

Poder financeiro do poder político

Convite

Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato.

O pronto-a-pensar (8)

Mais um pouco da série.
Na lógica sensorial do nosso pensamento e da nossa comunicação de todos-os-dias, estão social e persistentemente hospedados quatro fenómenos: simplismo, essencialismo, maniqueísmo e a-historicismo.
No próximo número debruçar-me-ei no primeiro fenómeno.
(continua)

Somos natureza (7)

Mais um pouco desta série.
Escrevi, no número anterior, que herdámos, sem ressaibos, a concepção hegeliano-colonial, a de que somos fundamentalmente natureza. Então, como que numa exemplar consequência, amamos hoje a identidade bazar, amamos expor - para aluger, para exploração externa - o que temos de natural, de primordial, dos camarões às praias e aos minerais. Somos, afinal, "espírito", somos portadores da "imensa energia do arbítrio natural", para usar as palavras de Hegel*.
(continua)
* Hegel, G.W.F., La razon en historia. Madrid: SeminariosyEdiciones, 1972, p. 291.

Dossier (1)

Queira consultar a primeira parte de um dossier com peças do semanário "Savana" de 27/08/2010, aqui.
(continua)

O elegante

Amanhã


Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.

"beneficia o povo?

"(...) é necessário um combate, uma batalha, para ganharmos as ideias correctas. (...) Um responsável deve ser responsável de 24 em 24 horas (...). E cada passo deve ser analisado, cada palavra que pronunciamos deve ser analisada: beneficia o povo?"- discurso de Samora Machel na abertura do comité central da Frelimo em Inhambane (19 de Junho de 1975), in Reis, João e Muiuane, Pedro, Datas e documentos da história da Frelimo. Maputo: Imprensa Nacional de Moçambique, 1975, 2.ª ed.,  p. 440.

Os Moçambicanos são preguiçosos? (8)

"Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus. O pobre é suspeito de preguiça, a qual é uma injúria para com Deus" - João Calvino
Mais um pouco da série.
Escrevi no número anterior que podíamos, de forma muito preliminar, considerar três fases na maneira como o trabalho e os trabalhadores são concebidos no discurso oficial: a fase revolucionária, a primeira fase de acumulação de Capital e a segunda fase de acumulação de Capital.
Na era revolucionária, grosso modo 1975/1980-1986, os Moçambicanos (melhor: as "massas operário-camponesas") não eram considerados responsáveis pelos males ("vícios", vocábulo muito usado na era samoriana) herdados, eram apenas consequência, vítimas multidimensionais do colonialismo. A preguiça era um dos vícios, mas o seu uso não foi sistemático no discurso oficial. E quando se fez uso do epíteto, foi sempre no sentido político mais imediato, por exemplo enquanto postura do inimigo da revolução. Havia outros tipos de inimigos e de vícios (parasitismo, por exemplo) mais pujantes na linguagem revolucionária e no afã de fazer nascer o desenvolvimento e o homem novo de um novo tipo de sociedade.
(continua)

28 agosto 2010

Sinta

Postagens na forja


Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Dossier "Savana"
* Séries pessoais: Linchar à luz do dia: como analisar? (4) Os Moçambicanos são preguiçosos? (8); O pronto-a-pensar (8); Somos natureza (7); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (10); Já nos descolonizámos? (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (15); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

Motoqueiros na cidade de Maputo

É um grupo novo na cidade de Maputo, este o dos motoqueiros, mas creio que em fase de crescimento. Motas pesadas e onerosas roncando de forma ameaçadora, motoqueiros e motoqueiras repletos de estranhos, ostensivos e pesados símbolos identitários, absolutamente mascarados - parecem emissários-avisos de um outro planeta, figuras reais das séries de Hermann (Jeremiah) e de Godard/Rivera (O vagabundo dos limbos). A que grupo (s) social (ais) pertencerão?

Crise segundo Gramsci

Para Gramsci, numa fórmula excepcionalmente rica, a crise reside "precisamente no facto de que o velho está a morrer e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem."

O gala-gala

Os Moçambicanos são preguiçosos? (7)

"Deus chama cada um para uma vocação cujo objetivo é a glorificação de Deus. O pobre é suspeito de preguiça, a qual é uma injúria para com Deus" - João Calvino
Vamos lá a mais um pouco desta série.
O que se passou a partir de 1959 não pode, porém, ser absolutizado. No geral e no que concerne ao trabalho manual, o colonizado continuou a ser encarado como um ser preguiçoso por excelência, racialmente preguiçoso.
Chegamos à independência.
Vou defender a ideia de que podemos considerar três fases (de forma ainda muito preliminar) na maneira como o trabalho e os trabalhadores são concebidos no discurso oficial: a fase revolucionária, a primeira fase de acumulação de Capital e a segunda fase de acumulação de Capital.
Enquanto não prossigo, permito-me propor-vos releiam um texto cuja leitura sugeri em Janeiro deste ano, aqui.
(continua)

A "hora do fecho" no "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:

Capa

Linchar à luz do dia: como analisar? (3)

Um pouco mais da série, com uma pergunta: é possível dispor de mais pormenores sobre os linchamentos, de algo mais substancial que nos permita uma análise mais profunda? Creio que sim, eis um relato feito pelo "Diário de Moçambique" de 24 do corrente, p.2 (clique sobre a imagem com o lado esquerdo do rato para a ampliar):
(continua

27 agosto 2010

Sinta

Instantâneo

Postagens na forja


Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: A "hora do fecho" no "Savana"
* Séries pessoais: Linchar à luz do dia: como analisar? (3) Os Moçambicanos são preguiçosos? (7); O pronto-a-pensar (8); Somos natureza (7); Indicadores suspeitos e comoção popular (11); Vassalagem (4); Cientistas sociais são "sacerdotes"? (8); É nas cidades do país (9); Ciências sociais e verdade (10); Já nos descolonizámos? (12); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (15); Moçambique dentro de 30 anos (série) (6) (recordar aqui e aqui)

Bancos

Cada vez mais bancos no país.

Treinador de futebol é que rende

Cheguei à gloriosa conclusão de que no país onde é cada vez mais forte a auto-estimada voz empreendedora, profusos os esquemas de desenvolvimento e imensa a disposição para a austeridade, ser treinador de futebol é o bom caminho: treinadores-adjuntos de Nooij podem auferir, cada um, 114 mil meticais. Aqui.

Índice dos Estados falhados 2010

Lista os 60 piores países, o nosso está em 72.° lugar, aqui. Free TranslationRecorde aqui.
Nota: defendo que um dia temos de criar fóruns de debate sobre este tipo de classificações.

"Somos o rosto da crise"

"Hoje não estamos em crise. Somos o rosto da crise."  – frase do editorial do semanário “Savana” com data de hoje. Proximamente o conhecereis através do meu habitual Dossier Savana.

Convite

Brevemente dar-vos-ei a conhecer o portal da conferência. Clicar com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar.

Greve da função pública na África do Sul: actualização por João de Sousa

O jornalista João de Sousa da Rádio Moçambique, sedeado na África do Sul, acaba de me enviar o seguinte despacho actualizador da greve da função pública naquele país: "Na África do Sul a solução para os problemas da actual greve geral dos funcionários públicos passa agora por negociações com o ANC, ao mais alto nível. O anúncio foi feito há momentos pelo Presidente da COSATU, Sidumo Dlamini. Esta greve está a provocar problemas de ordem vária. Há doentes portadores de HIV/SIDA que não recebem o seu tratamento diário. A interrupção dos serviços da Administração Interna está a impedir que as pessoas possam viajar para o exterior, devido à não emissão de passaportes e está a criar problemas a quem tenha de realizar os funerais dos seus familiares, porque não estão a ser emitidas certidões de óbito. A Central Sindical aponta o dedo acusador ao Governo, à existência duma elite política corrupta que beneficia de negócios ilicitos para aumentar o seu poder económico em detrimento da resolução dos problemas essenciais dos trabalhadores e considera que não estar a ser observados os principios básicos definidos no Congresso do ANC de Polokwane que em 2007 levou Jacob Zuma ao poder."