31 janeiro 2011

África enquanto produção cognitiva (20)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como, através das ideias de Hegel no seu livro oitocentista A razão na história, operou e continua a operar um certo tipo de produção ideologizada sobre África, encaixando os Africanos num molde comportamental generalizado, rígido, imutável e absolutamente desqualificante. Eis a continuidade das ideias do filósofo alemão:
Ainda sobre a poligamia, generalizada entre os Africanos - escreveu Hegel -, tem-se o exemplo do rei do Daomé que tem 3.333 mulheres (sic). Todo o homem rico tem várias. Mas deixemos a poligamia e entremos na constituição. Resulta da "natureza das coisas" (sic) que não pode haver verdadeira constituição em África. A forma de governo é patriarcal, mas não há Estado - argumentou o filósofo.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp. 283-284.
 (continua)

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